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Writer's pictureArthur Sanches

Como encontrei meu senso de pertencimento no Rotary International

Por Maricler Botelho, associada do Rotary Club de Marília-Pioneiro


Para contar a minha história de inclusão no Rotary, preciso contar um pouco da minha vida. A minha história de inclusão está intimamente ligada ao sentimento de reconhecimento, apoio e acolhida.

Eu nasci em Tupi Paulista, interior de São Paulo, e cresci no norte do estado de Mato Grosso, na cidade de Juara. Venho de uma família simples cujo maior exemplo é o respeito ao próximo.

Tive que me mudar cerca de 2100 km para me tornar advogada. Sou a primeira da família de minha mãe a obter o diploma de curso superior. Toda a minha realidade socioeconômica sempre foi algo limitador. Transpor isso foi uma conquista com muitas dificuldades. Por isso, aceitar não pertencer fazia parte da minha realidade. Foi quando eu conheci o Rotary.



Maricler Botelho passou a participar de diferentes atividades e grupos no Rotary


O Rotary entrou em minha vida primeiro por meio do meu esposo, Laércio Domingues, o primeiro a se tornar rotariano. Eu já participava de várias ações sociais quando fui convidada a me tornar rotariana.


Ao integrar o Rotary, recebi grande apoio do clube para fazer parte de todas as suas atividades. Já no primeiro ano, fui indicada a me tornar a presidente do clube para gestão 2021-22.


O primeiro sentimento de inclusão surgiu na confiança em mim depositada pelo clube. Em julho de 2020, fui convidada a participar do vídeo da pólio com menção da erradicação da doença no continente africano. Aí, vem um sentimento, eu não imaginava que seria escolhida para o vídeo. Não me sentia suficiente para fazer parte. Para quem vem de grandes lutas, não se sentir merecedora faz parte.


Mas o vídeo me despertou o pertencimento. Então, fui estudar a nossa organização, fazer parte de grupos para aprender a entrar em ação.


Inscrevi-me em grupos de pessoas em ação para conhecer outros associados e seus trabalhos. Posso afirmar que fui acolhida em todos os grupos.


Nas reuniões online que participei houve troca de experiências e de trabalhos realizados pelo mundo. A primeira pergunta que fiz foi sobre meu idioma, se poderia participar já que meu inglês não é fluente. Responderam-me: convide alguém quando for preciso a tradução, mas não deixe de participar.


Foi também por meio de um grupo de pessoas em ação que conheci o trabalho da Força Tarefa de Diversidade, Equidade e Inclusão e soube do trabalho realizado no Brasil. Fui convidada a conhecer o grupo, um grupo de rotarianos com bastante experiência no Rotary e em causas sociais do tema. E, mesmo diante de tantos talentos, fui ouvida, compartilhei minhas ideias e fiz parte da construção de um trabalho maravilhoso que formou o Comitê de Diversidade, Equidade e Inclusão Brasil.


Fui convidada pelo governador 2022-23 do meu distrito a ser coordenadora distrital de Diversidade, Equidade e Inclusão nesta gestão, uma demonstração de inclusão pela confiança a uma associada nova.


Recentemente, no Grupo Rotary pela Paz fui apresentada ao trabalho que realizam em prol da paz em reuniões virtuais e, mesmo sem falarmos o mesmo idioma, conseguimos alinhar trabalhos e ações. Nossas reuniões foram muito incentivadoras e inclusivas.

Ao contrário do que pensei, minhas limitações econômicas não impediram que eu chegasse até o outro lado do mundo para ouvir e falar com pessoas em outros continentes. A minha limitação de idioma não me impediu de me conectar com outros associados.


O Rotary me mostrou que somos diversos, que possuímos limitações justamente por sermos diversos. Mas me mostrou que essas limitações deixam de existir quando nos unimos. A nossa organização proporciona isso. Quebramos barreiras, distâncias, diferenças.


As experiências que vivi me mostraram que somos diversos, mas, realmente, não estamos sozinhos. Sinto que as experiências que tive me formaram. Formaram esta rotariana que jamais vai deixar de ser e sentir o que não é simplesmente estar em um clube, mas ser parte da organização.


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